Desejo reprimido é tema de espetáculo de Henrique Fontes
"A Mar Aberto" conta o interesse de um velho lobo do mar por um jovem pescador.
Um velho pescador luta contra a paixão que, quase sem acreditar, começa a sentir por um jovem. Mais que uma história de homossexualidade e preconceito, o espetáculo “A Mar Aberto” traz à tona temas como religiosidade e costumes de um povo. De volta a Natal, o Coletivo Artístico Atores à Deriva fará apresentações no sábado (7) e no domingo (8) às 20h, na Casa da Ribeira.
Desde abril de 2008, quando estreou, a peça viaja por festivais de teatro. A Mostra Pernanbuco Nação Cultural, Festival de Guaranhuns, Festival do Crato e Juazeiro do Norte foram palcos dos atores Alex Cordeiro, Doc Câmara, Bruno Coringa, Paulo Lima, Henrique Fontes e João Victor, do Coletivo.
No limbo entre o céu e o inferno vive o personagem principal. José Hermílio tem 60 anos e 30 de vida no mar quando conhece Júlio de Joana, um rapaz que aos 19 anos decide ser pescador.
“O velho pescador compara o que sente com o que sentiu por outras mulheres e acredita que esse desejo vem do demônio. O conflito central é essa luta contra ele mesmo”, explica o autor e diretor, Henrique Fontes.
Henrique disse que no início achava que “A Mar Aberto” seria apenas um conto, mas com três anos amadurecendo o texto, decidiu fazer mais uma peça.
O autor compara a trama com Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, história na qual se inspirou. Na trama de Guimarães, um jagunço nota que está apaixonado por um companheiro de bando.
“A peça é uma junção de relatos, da convivência com pescadores e, além disso, eu tinha acabado de ler ‘Grande Sertão: Veredas’, que me chamou atenção pela religiosidade envolvida no conflito interno do personagem, também com tendências homossexuais”.
Espetáculo "A Mar Aberto"
Na Casa da Ribeira
Sábado e domingo (7 e 8 de fevereiro)
A entrada custa R$ 12 (inteira) e R$ 6 (estudantes, artistas e maiores de 65)

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